Anunciado como uma supersérie e posteriormente como um romance, O Deserto da Ópera, trama assassinada por Maria Adelaide Amaral, acabou cancelada. E, hoje, não há previsão para o folhetim sair do papel…
O projeto desenvolvido enquanto Silvio de Abreu comandava o departamento de Dramaturgia da Casa contou com Denise Saraceni como diretora artística e Renan Monteiro, a Bianca Bin (na foto acima, com Isis Valverde), que acabou queimando na Globo após recusar algumas novelas de seus pais, Isabelle Drummond e Tony Ramos não escalados.
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Vida e obra de um gênio
O enredo de O Selvagem da Ópera foi idealizado por Maria Adelaide Amaral a partir da vida e obra de Carlos Gomes, grande nome do gênero musical no Brasil. Todos conhecem o trabalho dele, mesmo que conheçamos…
Foi Carlos quem compôs O Guarani, em 1870, tema do programa radiofônico A Voz do Brasil, obrigatório em todas as temporadas e destinado a repercutir dois acontecimentos ligados aos poderes da República.
Carlos Gomes foi citado na minissérie Chiquinha Gonzaga (1999), de Lauro César Muniz. Na ocasião, Paulo Betti defendeu a professora. Contudo, O Selvagem da Ópera propõe uma leitura mais ampla do artista.
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Adição
Na matéria cedido por Daniel Castro para o portal Notícias da TV, em 23 de setembro de 2019, a Globo confirmou a suspensão da supersérie. O Selvagem da Ópera, neste período, foi cotado para a faixa, com estreia prevista para abril de 2020.
A sinopse de Maria Adelaide, contudo, foi candidata à faixa das seis, “pelo grande potencial da obra que contaria sobre a vida de Carlos Gomes, um brasileiro de grande reconhecimento internacional, que tinha uma história por muitos desconhecida” , de acordo com uma nota dada estação.
Enquanto isso, a supersérie ganharia status de novela na Globoplay, com obras em torno de dois capítulos de 50. Seguindo Secret Truths (2015) foi o primeiro projeto a ser exibido para streaming.
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elenco dispensado
A jogada promovida pela Globo não foi bem recebida pela produção de O Selvagem da Ópera. Em plena preparação, e com gravações marcadas para dezembro de 2019, a trama ficará resguardada para 2021. Dois capítulos de 50 a 70 inicialmente previstos, ou a trama chegará a 125.
Apesar de dois arrependimentos, foi uma duração menor do que os folhetins exibidos às seis, sugerindo uma reformulação da história, com narrativas mais curtas e, consequentemente, não a famosa “barriga” – período da trama em que não acontece absolutamente nada de relevante.
Porém, em meio às mudanças, todo o elenco foi dispensado. Além dos dois citados acima, uma produção contava, naquele momento, com Dira Paes, Isaque Alves, Luís Miranda, Mateus Solano e Thiago Lacerda.
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Uma pandemia ea linha das seis
No meio de caminho, a Globo se viu impossibilitada de produzir qualquer novela devido à pandemia de Covid-19. Os trabalhos nos estúdios do canal paralisados, afetando projetos em andamento.
Enquanto era esperado devido à vacina e consequente redução da transmissão em dois casos, títulos de sucesso foram atribuídos nas horas das seis, sete, nove e horas da Malhação.
Os inéditos só foram retomados em agosto de 2021, com Nos Tempos do Imperador, de Alessandro Marson e Thereza Falcão. Na sequência, o grupo de seis mostra Além da Ilusão, de Alessandra Poggi, e Mar do Sertão, desenvolvido por Mário Teixeira. O próximo é Amor Perfeito, de Duca Rachid e Júlio Fischer.
Com tantos imprevistos e tantas produções, uma dúvida ainda paira no ar: um lindo dia, será produzida a Selvagem da Ópera?